segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Lendas Brasileiras - O Capelobo


A gente da zona rural de Goiás conta a lenda do Capelobo de maneira tão assustadora, que todos os ouvintes ficam com muito medo. É um bicho esquisito que, às vezes, também se apresenta como um homem horroroso, com focinho de tamanduá. Quando aparece em forma de animal, é idêntico a uma anta, mas bem maior em tamanho e muito veloz. Tem o focinho de um porco e a crina muito farta, que parece uma grande cabeleira.

O bichão sai à noite para rondar as casas e capturar cães e gatos, os quais devora imediatamente. E inteirinhos!! Também ataca animais de grande porte e até seres humanos. Quando isso acontece, quebra a cabeça de sua vítima e come-lhe o cérebro. Que cruel, não?

E o bicho é difícil de conter. Para livrar-se do Capelobo, só mesmo o ferindo no umbigo. Assim ele morrerá.


Lendas Brasileiras - Região Centro-Oeste

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Brincadeiras: bandeirinha arreou e resgate



BANDEIRINHA ARREOU
Jogam dois grupos, cada um com seu campo e sua bandeirinha. No fundo de cada campo, coloque a "bandeira" do time, que pode ser qualquer objeto. O jogo começa quando alguém diz "bandeirinha arreou". O objetivo é roubar a bandeira do time adversário e trazer para o seu campo. Mas o jogador que entrar no campo do time adversário e for tocado por alguém fica preso no lugar. Só pode sair se for "salvo" por alguém do seu próprio time. Ganha o time que capturar a bandeira adversária mais vezes.



RESGATE
Idêntico ao "Bandeirinha Arreou". Porém, no lugar da bandeirinha, será colocado uma pessoa do grupo adversário. O objetivo é tocar nessa pessoa e salvá-la. Quando ela é tocada, ela pode correr. Porém, se for congelada, deverá ser tocada por alguém. Ganha o time que resgatar mais vezes.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O Caranguejo



Era uma vez um pequeno caranguejo chamado Caco. Ele vivia em uma praia repleta de coqueiros. Como era bonitinho, o bichinho chamava a atenção das pessoas que passeavam pela praia. Mas ele também era muito tímido, e não podia ver alguém se aproximando que logo pensava:
- Ops! Vou me esconder em meu buraco! Aqui ninguém me vê!
Assim vivia Caco, cavando buracos e se escondendo neles... Ele também chamava a atenção de todos pelo seu jeito esquisito de andar, sempre de lado.
Um dia, Caco ia saindo de seu buraco quando viu lá longe uma bela caranguejinha. Mas ela era tão tímida quanto ele. Assim que o viu, escondeu-se em seu buraco. Caco se apaixonou por ela e resolveu deixar a timidez de lado. Lá foi ele correndo de lado atrás da caranguejinha. Ela, que se chamava Ciça, também perdeu a vergonha e gostou muito de Caco.
Com isso, os dois construíram um buraquinho um pouco maior, onde vivem até hoje, juntinhos.




quarta-feira, 10 de agosto de 2016

O Coelhinho da Princesa Helô


Dido Abacaxi, Lulu Morango e Binha Uvinha resolveram sair para conhecer reinos diferentes. Logo na saída, encontraram um coelhinho perdido e muito assustado. Decidiram então procurar sua mãe. Colocaram o coelho na carroça e seguiram viagem. Logo chegaram ao reino onde vivia a princesa Helô.
Lá no castelo, a princesa estava chorando pelo sumiço do seu coelhinho. Orei tentava consolar a princesa dizendo para seus guardas vasculharem todo o reino para encontrá-lo. Enquanto isso, na carroça, as crianças estavam encantadas vendo tantos lugares lindos. De repente, levaram um susto! Eram os guardas da princesa ordenando:
- Saiam todos da carroça! Estamos procurando um coelho chamado Ligeirinho, vocês o viram por aí?
- Por acaso o coelho que vocês estão procurando seria este aqui? - perguntou Uvinha, gentilmente.
Os guardas, ao verem o coelho real, imediatamente prenderam os viajantes por tê-lo roubado. Dida tentou explicar o que acontecera, mas eles não deram ouvidos. Assim que chegaram ao castelo, deram de cara com a princesa:
- Então vocês são os ladrões de animais!
Novamente as frutinhas tentaram explicar, mas foram interrompidas pelo rei:
- Prendam todos por roubarem a família real!
Nessa hora o coelho pulou na frente das crianças com os braços abertos. Comovida com a reação do coelho, Helô disse:
- Você está tentando defendê-los? Mas foram eles que te capturaram! - Helô, sem saber o que fazer, resolveu ouvir a explicação das frutinhas... - Vocês terão uma chance de se explicar. Por favor, sejam convincentes! - disse a princesinha.
- Está bem, contarei como tudo aconteceu. - disse Lulu Morango.
Depois que terminou de ouvir a história, Helô percebeu que estava cometendo uma enorme injustiça.
- Poxa, então foi assim que aconteceu? - disse a princesa. - Peço desculpas pela atitude de todos do reino, amigos! E muito obrigada por cuidarem bem do Ligeirinho, trazendo-o até aqui!
As frutinhas ficaram aliviadas, mas Uvinha ainda não estava satisfeita...
- Espera aí! Não vamos a lugar algum sem o coelho!
- Como você ousa?
- Princesa, ele fugiu do palácio porque você não lhe dá atenção e nem ao menos brinca com ele.
- Eu brinco com ele, mas é que logo fico muito cansada...
Dido Abacaxi disse que talvez ela não estivesse cuidando da sua alimentação, que precisava ser rica em proteínas e carboidratos e incluir saladas e muitas frutas, principalmente o abacate e a banana, que são ótimas fontes de energia.
A princesa Helô prometeu melhorar a sua alimentação. Assim as frutinhas concordaram em deixar Ligeirinho com ela e voltaram para casa felizes.



terça-feira, 9 de agosto de 2016

A Baleia Alegre



A baleia é o maior animal do planeta. E, com todo esse seu tamanho, sem querer pode tornar-se uma ameaça aos outros animais, caso não tome alguns cuidados.
Próximo da costa brasileira, na região Sul do país, havia uma baleiazinha que era jovem, cheia de vontade de brincar, nadar e saltar. Era cheia de vida e sempre muito bem disposta.
- Que mosca mordeu você? - Perguntavam os outros habitantes do mar.
- Você nunca para quieta? - comentou um outro, vendo a baleiazinha dando piruetas sem parar.
Porém, ela nunca respondia nada. Apenas saía de mansinho, tentando ser o mais discreta possível para uma baleia. Mas quando se distanciava, tudo começava outra vez. Ela nadava girando velozmente, subia à superfície e levantava alto a barbatana, batendo na água. Depois era a vez da cauda, espirrando água pra bem longe... Mas a verdade era que a baleiazinha estava causando graves problemas aos pescadores.
Eles saíam inocentemente em seus pequenos botes e, de repente, encontravam-se com uma muralha de ondas, levantadas pelas brincadeiras dela e que quase viravam o barco. Mais de um pescador havia morrido afogado e a baleiazinha continuava brincando perto da costa, alheia às desgraças que causava.
- Baleiazinha, fico muito contente vendo você sentir-se tão feliz e brincalhona. Mas, por ser estouvada, já causou algumas desgraças aos pescadores. - Disse-lhe o golfinho.
- Oh! Lamento muito, amigo golfinho! - Exclamou a baleiazinha, muito arrependida.- Diga-me o que posso fazer para remediar o mal que causei? - Perguntou ela.
- Basta que você brinque em alto mar, longe da costa. - Aconselhou-a ele.
A baleiazinha tinha um coração bondoso. Desejosa de fazer o bem aos outros e evitar novos prejuízos para os pescadores, rumou para o mar alto. A partir desse dia acabaram-se as desgraças dos pobres pescadores. E a baleiazinha pode continuar a alegrar os habitantes do mar, sem prejudicar os habitantes da terra.


No Reino dos Pôneis



Existe um lugar maravilhoso onde tudo é lindo e perfeito. Porém, somente quem acredita e tem um coração puro pode encontrá-lo. Esse lugar chama-se Poneilândia, a terra dos pôneis encantados! Quem governa essa terra é a rainha Amabel, uma pônei de crina dourada. Ela é justa e sempre bondosa, e em seu reino todos procuram se ajudar e ninguém pensa somente em si. 
- Bom dia, Efraim! Você precisa de ajuda para puxar este carrinho de maçãs até a sua casa? - pergunta Lara, uma pônei muito generosa e que adora ajudar a todos.
Uma das coisas que os habitantes de Poneilândia mais gostam de fazer é tomar banho no Arco-Íris Formoso. Ele é maravilhoso, com cores cintilantes e uma melodia suave que toca enquanto as águas coloridas caem.
-Vamos brincar no Arco-Íris Formoso?
- Eba! Vamos sim!
Os pequenos pôneis só esperam terminar as aulas e já saem correndo para suas brincadeiras diárias. Durante os fins de semana, os pequeninos pôneis fazem acampamentos no Bosque Encantado. Eles adoram ouvir as histórias que a coruja Marla conta, sentados sob os galhos brilhantes da árvore Folhas de Brilho. A coruja, que sempre participa dos acampamentos,fica encarregada de distraí-los...
- Agora vocês irão ouvir a história do terrível troll que rapta poneizinhos e os leva para sua caverna no alto da montanha! - fala a coruja, fitando os pôneis com um olhar assustador enquanto eles roem os cascos de medo.
Algumas vezes acontece de alguém ficar triste. Nesses momentos, o melhor a se fazer é buscar a ajuda de dona Pérola, a pedra falante. Ela é uma sábia conselheira do reino dos pôneis encantados...
- Em que posso ajudar, minha querida? - pergunta a pedra para uma pônei que se aproxima com uma carinha triste.
- Eu briguei com a minha amiga na escola! - responde a pequena pônei, choramingando.
Depois de muita conversa, a pônei se despede de dona Pérola, decidida a pedir desculpas para a amiga. 
Assim é a vida em Poneilândia, esse lugar maravilhoso onde os pôneis procuram viver em perfeita harmonia entre si e com as outras criaturas da floresta. O dia passa e a noite chega ao reino dos pôneis. Em seus aposentos, a princesa Jade espera por sua mãe para lhe desejar boa noite.
- Mamãe, será que um dia, quando eu me tornar rainha, vou saber governar nosso reino tão bem quanto a senhora?
- Com certeza! Você será uma ótima rainha, minha princesinha! - responde a rainha Amabel, despedindo-se com um beijo de boa noite.



Lendas Brasileiras - O Rio que Dorme


Os barqueiros que navegam pelo São Francisco contam muitas lendas sobre o rio que mitiga a sede de tantos nordestinos e é chamado carinhosamente por eles de Velho Chico.

Os moradores da região costumam dizer que o rio dorme uma vez por ano, sem dia marcado, por volta da meia-noite. É sempre uma surpresa. Nessa ocasião, tudo é silêncio. Os peixes, respeitosamente, ficam como que paralisados no fundo das águas. Estas param de cantar quando caem das cachoeiras e não fazem o estrondo costumeiro. Até as cobras que por ali vivem perdem misteriosamente a peçonha. Os barcos param sozinhos e ficam flutuando. O caboclo-d´água senta-se à beira do rio e permanece imóvel, silencioso, pitando o cachimbo. Nada nem ninguém ousa perturbar o sono do Velho Chico.

Nesse momento, quem está viajando de barco ou pescando tem de ter paciência e ficar quietinho até o rio acordar. E, para saber quando isso acontece, é preciso jogar nele uma lasca de madeira benta. Se ela flutuar e for seguindo rio abaixo, é porque o São Francisco acordou. Então, a alegria é geral. Para o Velho Chico dormir, agora, só no ano que vem!


Lendas Brasileiras - Região Nordeste

domingo, 7 de agosto de 2016

Um amigo no globo da morte



Era o primeiro dia de aula depois das férias para as motoquinhas. O professor Guido iniciava a aula, quando uma motoca sujinha e com algumas peças que pareciam soltas apareceu na sala:
- Com licença, professor! Eu sou o Bimba Giro Triplo e acabei de me matricular.
- Fique à vontade, Bimba, a aula já está começando.
Semanas se passaram a Bimba ainda tentava se enturmar, mas ninguém queria papo com ele...
- Cai fora, Bimba! - gritava Udo Rebimboca.
- Vai consertar esta lata velha! - emendava Zito Mobilete.
Bimba passava o recreio sozinho, comendo seu pão com graxa e bebendo seu suco de gasolina e óleo dois tempos. No final da aula, o professor Guido falou:
- Pessoal, um circo chegou à cidade e amanhã haverá um espetáculo para as crianças. Venham preparados para muita diversão!
- Eba! - gritaram os alunos, com exceção de Bimba.
No dia seguinte as motoquinhas assistiam ao espetáculo quando tiveram uma surpresa...
- Uau! - falou Zito Mobilete, ao ver o enorme globo da morte iluminado.
Quando as motos acrobatas começaram a entrar no globo, a surpresa foi maior ainda.
- Nossa! - exclamou Udo Rebimboca. - Aquele não é o Bimba?
Os motores roncaram, e o show foi um sucesso! Na saída o professor Guido, os alunos e até Zito e Udo parabenizaram Bimba:
- Parabéns, Bimba! Aprendemos que não devemos julgar ninguém pela aparência, pois você é muito legal. Perdoe-nos, Bimba!
- Tudo bem - falou Bimba, abraçando os colegas.

sábado, 6 de agosto de 2016

Os Gnomos e o Sapateiro




Era uma vez um sapateiro tão pobre, tão pobre, que só lhe restava couro para um único par de sapatos. Certa noite, quando ia começar a fazê-lo, sentiu-se cansado. Apenas recortou uma tira de couro e deixou para terminar o serviço no dia seguinte.
De manhã, quando voltou para a mesa de sua oficina, encontrou o par de sapatos prontinho. Apanhou cada um dos sapatos e examinou-os, tentando descobrir quem os havia confeccionado, mas não conseguiu: era um verdadeiro mistério. Intrigava-o ainda mais o fato de que aquele par de sapatos era o mais perfeito que ele já tinha visto.
O sapateiro ainda estava parado, pensando, com o par de sapatos na mão, quando um freguês entrou em sua oficina. O homem apaixonou-se pelos sapatos e fez questão de comprá-los imediatamente. Peter, o sapateiro, não desejava vende-los; queria primeiro descobrir como haviam aparecido em sua mesa. Mas o freguês lhe ofereceu tanto dinheiro pelos sapatos que ele terminou concordando em vendê-los.
Peter usou o dinheiro para comprar mais couro. À noite, cortou o material e foi se deitar.
No dia seguinte, aconteceu a mesma coisa: os sapatos apareceram prontos e em seguida veio um freguês que os comprou por um preço altíssimo.
E, assim, os dias se passavam e o sapateiro se tornava cada vez mais rico. Até que Heidi, sua mulher, sugeriu:
─ Precisamos descobrir o que está acontecendo! Em vez de ir dormir, vamos nos esconder atrás da porta e espiar.
À meia-noite em ponto surgiram dois graciosos gnomos, completamente nus. Sentaram-se na mesa de Peter com tanta rapidez que ele e sua mulher não conseguiam enxergar os movimentos de suas mãos.
Heidi ficou encantada com os gnomos:
─ Eles nos ajudaram, agora estamos ricos! ─ disse. ─ Mas os dois homenzinhos estão com frio! Isso não é justo! Vou costurar roupinhas lindas para eles.
Naquele dia ela passou a tarde trabalhando, e depois do jantas o sapateiro e sua mulher colocaram as roupas novas em cima da mesa da oficina. Novamente se esconderam atrás da porta para ver o que fariam os gnomos.
Os homenzinhos dançaram e cantaram felizes com o presente. A canção dizia: "Agora que somos elegantes e lampeiros, para que sermos ainda sapateiros?"
Desse dia em diante os dois gnomos nunca mais voltaram. Mesmo assim, o sapateiro e sua família ficaram agradecidos pela fortuna que arrecadaram.


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Brincadeiras: boleado e garrafal




BOLEADO
Dois times distribuídos em dois campos. Cada time tem um líder. O líder jogará a bola para o campo adversário, tentando bolear alguém. Imediatamente, o outro líder pega a bola e faz o mesmo. O líder que bolear, dirá: "boleei fulano". Quem for boleado, sai do jogo. Se o líder for boleado, ele é substituído. Os jogadores vão sendo eliminados até sobrar apenas dois. Ganha quem bolear o último adversário, dando a vitória para a sua equipe.



GARRAFAL

Idêntico ao boleado. Porém, ninguém pode correr e não há líderes. Todos terão embaixo de suas pernas uma garrafa PET e, de pernas abertas, deverão proteger a sua garrafa. Quem deixar a garrafa cair, sai fora. Os jogadores vão sendo eliminados até sobrar apenas dois. Ganha quem derrubar a garrafa do último adversário, dando a vitória para a sua equipe.


Há males que vem para o bem



Tifany caminhava pelo bosque quando ouviu alguém pedindo socorro. Era Fred e seu dragão Mênfis, que haviam se machucado.
- O que aconteceu Fred?
- Fomos dar um voo rasante perto das rochas e batemos!
- Vou buscar ajuda, não saiam daqui!
Tifany saiu correndo para pedir ajuda a Elfy e sua dragão Dora, que tinham receitas e poderes infalíveis para esses casos.
- Olá Elfy! Você e Dora poderiam ajudar um cavaleiro e um dragão machucados?
- Claro, amiga!
Elfy apanhou sua cesta de primeiros socorros e a acompanhou. Chegando ao bosque, viram que Fred estava sozinho...
- Onde está Mênfis? - perguntou Tifany.
- Ele foi até a mata buscar folhas de cânfora para aliviar as dores.
- Eu trouxe a cânfora! - falou Elfy.
Fred olhava para Elfy encantado com a habilidade dela. Enquanto isso, Dora foi atrás de Mênfis e o encontrou gemando de dor sob uma árvore. Ela se aproximou, encostou sua asa na dela e uma luz regenerou a asa inteira de Mênfis. O dragão agradeceu, encostando sua cabeça na dela.
Com a ajuda de Elfy, Fred se levantou. Um instante depois, Dora e Mênfis voltaram. Quando Fred viu seu dragão recuperado, vibrou de alegria e convidou todos para comerem uma torta de maçã.
Fred sussurrou para seu dragão:
- Há males que vem para o bem, Mênfis! Graças ao azar de cair, conhecemos duas garotas incríveis, não é?
Sorrindo, o dragão deu uma piscadinha para Fred.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O Saci-Pererê


O saci-pererê é um menino de uma perna só que vive na mata. Ele adora fazer travessuras e aprontar com os outros e sempre usa um gorro vermelho na cabeça, permitindo que a bicharada ao menos tente se esconder enquanto ele se aproxima. Mas é inevitável: todos da floresta tem bronca com o saci.

Como todos sabem, ele vive aprontando com os outros... Um dia deu um nó no rabo da onça, e em outro passou batom vermelho na boca do jacaré. Para tirar foi um sufoco danado! Dava muito medo aquela bocarra vermelha, com tanto dente lá dentro. Na mesma semana, o arteiro do saci passou cola em um galho de árvore e uma coruja ficou lá grudada! Parece que ele até já acordava com um ideia para aprontar na cabeça.

Um belo dia, chegou a hora do troco. O saci-pererê ganhou uma roupa bem bonita e também um sapato muito chique, de verniz preto. Todo prosa, ele se vestiu e passou perfume... Aí chegou a hora de colocar o sapato! O problema é que todo mundo coloca o sapato ficando em pé na outra perna, mas o saci só tem uma perna!

Ele então pediu ajuda para a onça. Ela, é claro, deu a maior gargalhada!
- Agora você vai ver que onça é pior que amigo da onça, seu bobão! - disse a pintada, saindo com o nariz empinado.

Então o saci foi pedir uma mãozinha para o jacaré.
- Ha, ha, ha, ha! - riu o bicho com aquele bocão cheio de dentes. - Se depender de mim, você vai ficar descalço mesmo!

O saci, que era teimoso, tentou pedir ajuda de novo:
- Dona coruja, por favor, me ajude a calçar este sapato, vai! É só unzinho.
A coruja, como é esperta, respondeu que só iria ajudar se ele prometesse não aprontar mais com ninguém por muitos anos. Como ele já estava ficando cansado de pedir, acabou concordando.
- Olha aqui, dona coruja, eu vou dizer uma coisa para a senhora. Se eu ficar bonzinho e comportado, ninguém vai me reconhecer. A senhora vai acabar com o folclore, sabia?

Isso lá era verdade; afinal, ele é o saci-pererê. Então a coruja o ajudou, e de sapato no pé, todo alegre e cheiroso, o saci se mandou para bem longe. Mas a verdade é que, com a coruja, ele nunca mais aprontou! Mas só com ela, viu?



quarta-feira, 3 de agosto de 2016

O Levado Curupira


O folclore brasileiro é rico em personagens lendários, e o curupira é um dos principais. De acordo com a lenda, o curupira habita as matas brasileiras. Baixinho, possui cabelos avermelhados e seus pés são voltados para trás. 

A missão do curupira é proteger as árvores, as plantas e os animais das florestas. Ele odeia quem destrói o seu lar. Seus alvos principais são os caçadores, os lenhadores e as pessoas que destroem as matas. Para assustar os terríveis caçadores e lenhadores, o curupira assobia criando imagens ilusórias e horripilantes, espantando assim os inimigos das florestas.

Dificilmente ele é encontrado, pois seus pés virados para trás servem para despistar os perseguidores, deixando rastros falsos pelas matas. Além disso, sua velocidade é surpreendente, sendo quase impossível um ser humano alcançá-lo em uma corrida. Ele se diverte muito protegendo a natureza, pois adora pregar peças naqueles que entram em seu território...

Vive inventando encantamentos e ilusões, deixando os visitantes atordoados e perdidos, sem ao menos saber o caminho de volta para casa. O curupira fica observando e seguindo a pessoa, divertindo-se com o feito.

De acordo com a lenda, ele costuma também levar as criancinhas pequenas que vivem na rua para morar com ele nas matas. Após encantar as crianças e ensinar os segredos da floresta, devolve-as para a civilização depois de sete anos.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

A Mula Sem Cabeça


Segundo a lenda, a mula sem cabeça é encontrada mais facilmente em pequenos povoados, onde existam casas rodeando uma igreja. Dizem que ela é uma mulher que namorou um padre e por esse motivo foi amaldiçoada. Muitas pessoas juram ter visto a criatura e afirmam que ela é uma mula de cor preta ou marrom, e no lugar da cabeça o que se consegue ver é somente fogo. Possui em seus cascos ferraduras que podem ser de aço ou de prata.

Ela costuma aparecer na noite de quinta para sexta-feira, quado percorre diversos povoados. Porém, todas as noites, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes parece chorar, como se fosse uma pessoa. Coitado daquele que aparecer no seu caminho!

Ao ver uma mula sem cabeça, a pessoa deve se deitar no chão, fechar os olhos e esconder as unhas e os dedos, pois as mulas adoram a beleza dessas partes do corpo. Por isso, a mula sem cabeça procura capturá-las para poder ficar admirando e lembrando-se do tempo em que era uma jovem.

Existe uma única maneira de quebrar o encanto, mas isso tem de ser feito por uma pessoa muito valente. Dizem que essa pessoa deverá apagar o fogo da mula sem cabeça com algumas lágrimas. Quebrado o encanto, ela finalmente voltará a ser uma mulher normal.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O Oitavo Filho


Dizem que se uma família tem sete filhas, o oitavo a nascer, se for homem, está predestinado a virar lobisomem. O menino nasce normal, mas cresce pálido, magro e com orelhas grandes. A maldição só se manifesta quando ele completa treze anos. Na primeira noite de sexta-feira, após o aniversário, ele sai e vai até uma encruzilhada. À meia-noite em ponto se transforma em lobisomem e fica uivando para a lua.

Ele é muito parecido com um lobo, coberto de pelos, com unhas grandes, focinho e rabo. A estatura, porém, é a de um homem. Consegue andar com quatro patas ou equilibrando-se sobre duas, assemelhando-se à postura humana. Toda sexta-feira ele anda pelas ruas ou estradas desertas, sempre acompanhado por muitos cachorros. Ataca quem aparecer em seu caminho, sendo muito difícil fugir dele, pois ele é muito veloz.

Dizem que quem se deparar com um lobisomem deverá rezar três vezes para se proteger! Antes de o sol nascer, ele volta para casa e se transforma novamente em um homem normal, igual a todos os outros.

Para quebrar o encanto e livrá-lo da maldição, deve-se chegar bem perto, sem que ele perceba, e bater muito forte em sua cabeça. Mas deve-se tomar cuidado, pois se a pessoa for atingida por uma gota de sangue, carregará para sempre a mesma maldição do lobisomem.


Lendas Brasileiras - A lenda do Muiraquitã



Segundo a lenda, as amazonas viviam sozinhas e independentes, habitando certa região amazônica. Essas mulheres guerreiras anualmente visitavam os homens de determinada tribo de índios, moradores do baixo Amazonas, para com eles se acasalarem.

Eram bonitas, fortes e valentes. Vinham montadas em bons e belos cavalos. Permaneciam com os homens da tribo por uns dias e depois desapareciam como que por encanto. Mas eles já pressentiam o momento da partida, pois as amazonas os presenteavam com um amuleto - o Muiraquitã, esculpido em uma pedra verde que os índios chamavam de tuxaua-ita.


O Muiraquitã era uma pequena escultura, em forma de batráquio, de peixe ou de serpente, que servia para proteger o namorado até a próxima visita das amazonas. Ele proporcionaria saúde, paz e felicidade ao índio, desde que este sempre o levasse consigo. Do contrário, estaria sujeito a todas as mazelas da vida.



Lendas Brasileiras - Região Norte
A lenda do Muiraquitã



Lendas Brasileiras de Norte a Sul
Zuleika de Almeida Prado